“Origens”

 

Clube Recreativo de Marmeleira 1930-1955

Centro de Recreio Popular Marmeleirense 1956-1972

Delegação em Marmeleira da Casa do Povo 1973-1982

Centro Social de Marmeleira 1982-…

 

Desde o início do século vinte que os habitantes de Marmeleira praticavam atividades recreativas. Tornaram-se um povo muito criativo.

A partir de 1920 começaram a aparecer as chamadas “contra-danças”, originando uma rivalidade construtiva entre a rua de Cima e a rua de Baixo.

A partir de 1930 a rivalidade tornou-se mais destrutiva que construtiva.

Alguns elementos mais moderados das duas partes propuseram-se a unificar os dois grupos. Nesta fase sobressaiu o Sr. António Simões Serra, considerado o “unificador”, criando a que seria a primeira coletividade de Marmeleira em 1935, à qual foi dado o nome de Clube Recreativo de Marmeleira.

As primeiras instalações de que há notícia terão sido no chamado Salão da Palmeira em 1940 após a Escola Primária ter deixado o salão em 1939, propriedade do Sr.Maia.

Devido ao precário estado das instalações do salão da Palmeira a coletividade mudou-se em 1952/53 para o salão do Sr. António Baía. 

Nos anos de 1951 a 1954 houve encenação e representação pública de peças de “Teatro de Intervenção”.

A censura do Estado Novo recebeu denúncia e atuou de forma rígida, deixando em risco a continuidade do C.R.M. Mais grave ficou a situação quando um grupo carnavalesco protagonizou o funeral da coletividade, ao utilizarem material que era usado pela igreja nos funerais dos defuntos de Marmeleira.

A igreja teve conhecimento e processou alguns elementos desse grupo de carnaval.

Criou-se um grande problema que só poderia ter solução numa Assembleia Geral da população.

O diretor de então, o Sr. José Leopoldino dos Santos, conhecedor dos meios alternativos, apresentou ao povo, aquela que seria, a melhor situação e mais benéfica:  a filiação na Inatel. Analisados os “prós e contras” foi aceite a referida proposta.

A filiação foi efetuada em 1956 passando a coletividade a designar-se por Centro de Recreio Popular Marmeleirense.

1970 – Com o excesso de pessoas em especial por ocasião de atividades recreativas “bailes e festas” que convidavam a movimentos bruscos, a estrutura do salão, que era num 1º andar, começou a dar sinais de rotura.

A FNAT foi alertada, vieram técnicos analisar a estrutura e aconselharam a interdição do salão a bailes e festas. Como já havia um terreno comprado pelo C.R.P.M a direção propôs a construção de uma sede para a coletividadde. O projeto foi elaborado, mas o local no terreno não reunia as condições de segurança e acessibilidade. Não havendo meios mecânicos para preparar o terreno, a obra não teve início. Atendendo que naquela época os bailes eram uma fonte de receita houve necessidade de procurar melhores condições.

 

Em 1972 fez-se a mudança para o salão do Sr. José Fazenda.

 

Em 1980 o senhorio do salão, alegando que o respetivo salão estava a ser subalugado a uma coletividade desportiva (A.C.M), ameaçou a Casa do Povo de Souselas com uma ação de despejo. A casa do povo investigou não encontrando indícios de  subalugamentos. Para evitar mais problemas a dita coletividade (A.C.M) deixou de reunir nas instalações.

 

Este episódio foi o alarme para que as duas coletividades pensassem a sério na construção de uma sede própria.

 

1972/1979 – C.R.P.M – Delegação da Casa do Povo

 

Em 1972 o Governo Português iniciou a preparação de condições para que os trabalhadores rurais tivessem uma reforma a fim de melhorar  sua velhice. Criaram condições para a inscrição e inserção no regime social e o respetivo pagamento  de uma taxa mensal a ser efetuada nos escritórios das Casas do Povo.

 

Os agentes responsáveis (FNAT e Federação das Casas do Povo) reuniram com os C.R.P.M., evocando os benefícios para a população rural e a aderência foi efetuada. Assim o C.R.P.M. passou a designar-se Delegação em Marmeleira da Casa do Povo de Souselas. Manteve os protocolos, apoios recreativos e culturais com a FNAT e manteve os seus bens mobiliários e imobiliários. Esta situação de apoio foi pela Federação das Casas do Povo até ao final do ano de 1989. O pagamento ao Senhorio da renda das instalações, continuou a ser suportado até 1989, pela casa do povo.

 

“1982 – Centro Social de Marmeleira”

Em dezembro de 1982, em assembleia com a população de Marmeleira, foi formada, por unanimidade, uma comissão com o objetivo de preparar o arranque da construção de uma sede própria. Essa comissão de construção iniciou os trabalhos dando conhecimento às instâncias superiores dos objetivos e do local da construção, afim de se obter o suporte jurídico como Centro Social de Marmeleira. Apesar da morosidade da burocracia e sem meios financeiros, conseguiu-se colocar a primeira pedra, pelo Padre Paulo, no dia 5 de outubro de 1985.

Com a preciosa colaboração de algumas empresas, e em especial do povo de Marmeleira, no dia 31 de dezembro de 1990, realizou-se a inauguração das instalações próprias do Centro Social de Marmeleira com um modesto jantar na passagem de ano.

 

O processo burocrático de legalização total continuou por mais algum tempo, mas felizmente tudo se conseguiu garantindo-se, assim, que o desejo dos nossos antepassados fosse cumprido. Também  os imóveis então obtidos foram registados na conservatória em nome do C.S.M.

 

Nota final

O histórico apresentado só foi possível graças a informação obtida através de consulta a habitantes da nossa aldeia, em especial no que se refere às 1920 a 1950.